SÉRIE VELHOS TRABALHADORES - FOKKER 100

Entre os dias 1º e 8 de maio estaremos postando uma série de reportagens especial para o dia do Trabalho. A série “Velhos Trabalhadores” homenageará os veículos de transportes - aviões, trens, ônibus, metros - que já trabalharam bastantes, mas que ainda não foram aposentados.

Iniciando pela aviação, o Brasil é um país que contém uma das frotas comercial de aviões mais nova do mundo, tendo em média 8 anos de uso. Mesmo assim temos alguns exemplos de aeronaves com muito tempo de serviço, mas que ainda o cumpre impecavelmente.

FOKKER 100:

Criado em 1983, o Fokker 100 é o maior avião fabricado pela empresa holandesa Fokker, com capacidade para ate 108 passageiros. Foi baseado no alongamento da fuselagem do Fokker F-28, um avião jato menor com capacidade de 50 pessoas.

O Fokker 100 é muito conhecido no Brasil por ter tido uma fiel cliente: a Tam, que operou muitas unidades do modelo para seus voos domésticos durante os anos 90. Mas em 2008 aposentou o último Fokker 100 da cia, renovando a frota com os moderníssimos Airbus A319/A320.

Outra empresa que usou o Fokker como equipamento foi a TABA (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica), que os trouxe nos anos 90. Como empresa pequena, desorganização e péssimas condições operacionais, a cia aérea inicia a fase de falência retirando os Fokker’s e fechando as portas em 1999.

Estes Fokker’s que pertencia a Tam e a TABA estão hoje voando em diversas partes do mundo, como México e Irã. Surpreendente é que novas empresas preferem o “velho” Fokker para compor sua frota de aviões regionais do que os aviões novos vindos de fábrica, como por exemplo a Helvetic.com e a Austrian, deixando Embraer e Bombardier surpresas. Isto porque Fokker faz as empresas crescerem por ter manutenção barata, beber pouco combustível e comandos fáceis para pilotos, apesar da tecnologia incluída na aeronave.

A Tam é um exemplo de cia que cresceu graças ao avião holandês. Ao invés de retribuir a gratidão, fez com o Fokker 100 fosse mal visto no Brasil. Isto porque a má manutenção dos equipamentos fez com que ocorressem muitos acidentes e incidentes envolvendo seus Fokker’s. O mais grave foi o de 1996, quando o avião, que decolava de Congonhas, acionou o reverso sozinho fazendo-o cair em cima de casas do bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo, matando 99 pessoas. Criou-se, então, um medo em muitos passageiros em voar nos Fokker’s 100, alguns até cancelaram viagens ou trocaram de vôos.

Apesar de muitos acharem que o Fokker 100 não voa mais no Brasil, ele voa sim, mas com outro nome. A OceanAir é uma das empresas que preferiu usar os Fokker’s 100 ao invés de investir em novas aeronaves, mas alterou o nome dele chamando-o de MK-28. Segundo a OceanAir, MK-28 vem do nome “completo” do avião: Fokker F-28 MK100, mas isso é golpe de publicidade para que a empresa não seja prejudicada pelo “medo” dos passageiros após os acidentes da Tam. Apesar de ter em média 15 anos de uso, os MK-28 são aeronaves muito boas, confortáveis e com boa distância entre poltronas.

Vale ressaltar que o Fokker 100 é uma aeronave muito confiável e segura, sendo usadas até hoje por grandes Cias Aéreas, como a Air France, e mais segura que um Boeing 737-300, se levarmos em conta o número de acidentes por pouso ou decolagem desde seu nascimento.

Esta foi só a primeira, aguardem as próximas.

KFTRANS